A partir de janeiro de 2017 o Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) passa a disponibilizar a vacina contra o HPV também aos meninos. A imunização está presente no calendário de vacinação feminino desde 2014. A expectativa do Ministério da Saúde é alcançar 3,6 milhões de adolescentes do sexo masculino entre 12 e 13 anos. Destes, 180,4 mil deverão ser gaúchos e cerca de oito mil meninos pelotenses, estima o chefe da agência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Pelotas, Rogério Krause, dada a faixa etária de imunização em relação ao número de habitantes da cidade.

A delimitação de idade busca imunizar os adolescentes antes do contato com o vírus, que ocorre principalmente durante as relações sexuais, ou seja, a vacina deve ser feita antes do início da vida sexual dos jovens. A expansão da vacinação para o público masculino tem a intenção de diminuir a circulação do HPV e prevenir os casos de câncer provocados pelo vírus. O Brasil é o quinto país da América Latina e o sétimo do mundo a oferecer a imunização também aos homens. A iniciativa foi possível porque neste ano houve uma redução de doses no esquema vacinal das meninas, passando de três para duas doses.

Atualmente, a aplicação é disponibilizada entre meninas que tenham de nove a 13 anos e nove meses de idade. Já ano que vem, a vacina chegará também às meninas que tenham atingido os 14 anos sem ter tomado uma ou as duas doses da imunização. Segundo a chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Pelotas, Maria Regina Reis Gomes, a vacina já virou rotina no calendário feminino de vacinação, dado que pode ser confirmado pelo total de vacinas aplicadas desde 2014 (veja o quadro). Além das meninas e meninos, em suas respectivas faixa etárias, a imunização será oferecida também aos portadores de HIV/Aids que tenham de nove a 26 anos. A estimativa é de que em 2017 sejam vacinadas 99,5 mil crianças e jovens que estão nesta situação no país.

O que é o HPV?
O papilomavírus, conhecido como HPV, é um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. Além disso, a transmissão também pode acontecer durante o parto. A infecção é transitória e normalmente combatida espontaneamente pelo sistema humano. Porém, alguns tipos são resistentes e com potencial para causar câncer, que ocorre com o desenvolvimento de lesões que não são tradadas. Essas lesões ocorrem principalmente no colo do útero, mas também na vagina, na vulva, no ânus, no pênis, na orofaringe e na boca.

Como vai funcionar a vacinação
- Os meninos deverão tomar duas doses da vacina, com intervalo de seis meses entre uma aplicação e outra.
- No primeiro momento será para meninos de 12 a 13 anos.
- A faixa etária será ampliada gradativamente nos próximos três anos, até abranger o público de nove a 13 anos.
- A vacina disponibilizada será a quadrivalente, a mesma distribuída entre as meninas. Ela tem 98% de eficácia nos jovens que seguem os prazos de aplicação.

Meninas vacinadas desde 2014
5,7 milhões de meninas tomaram as duas doses no Brasil
11.277 meninas foram vacinadas neste período em Pelotas
(*) Dados do Ministério da Saúde e da Vigilância Epidemiológica da SMS